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.ღ Saudade lembrada, saudade sentida, saudade hoje e para o resto da vida...saudade eterna! ღ

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ღ NO MOMENTO AS HOMENAGENS ESTÂO SUSPENSAS! Abraços fraternos!

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segunda-feira, 19 de julho de 2010

O MEU CACHORRO ATRAVESSOU O ARCO-ÍRIS - Parte 1


O MEU CACHORRO ATRAVESSOU O ARCO-ÍRIS

Era uma linda tarde de domingo!

Eu brincava de jogar disco para o meu cachorrinho Baiuki, ir pegá-lo, como fazíamos todo final de dia. Ele era muito querido pelos meus colegas que, de vez em quando, escondiam o disco para o desespero do bichinho.

Na minha rua existiam outros cachorros e alguns muito mal tratados pelos seus donos que os castigavam sempre que cometiam alguma travessura, coisas normais de cachorro, mas imperdoáveis aos olhos dos seus donos. Certa vez, um pastor alemão cavou o jardim de sua casa a procura de um osso que havia escondido e quando o seu dono chegou deu-lhe a maior surra.

Isto me entristecia, pois eu seria incapaz de bater no meu cachorro e, tirando um pitbull da casa amarela de minha rua, eu gostava de todos os demais. Este pitbull era muito bravo e treinado para ser assim pelo seu dono que ficava o dia todo fora e no final da tarde, principalmente aos sábados, fazia o cachorro pular e grudar com a boca num pneu amarrado a quase dois metros do chão. Ele ficava pendurado jogando a cabeça de um lado para outro querendo trucidar o pneu e se um gato, coitado, pulasse para o quintal deste vizinho, era morte na certa. Quando o dono passeava com ele em nossa rua, todos os demais vizinhos trancavam os seus cães em casa, pois este pitbull os mataria sem nenhuma pena. Nesse mesmo dia, quase ao anoitecer, por um descuido meu, o Baiuki sumiu e coloquei toda a rua a procura dele. Eu chorava desesperadamente imaginando onde ele poderia ter ido e como estaria sendo tratado por quem o tivesse encontrado, quando um amigo me perguntou: 
 
-E se ele entrou na casa do pit bull?

- Meu Deus, isso não!

Corremos para lá, mas não vimos nem sinal do meu Baiuki.

Passaram-se dias e nunca mais tive notícias dele.

Meus pais quiseram me dar um novo cachorro, da mesma raça e cor, mas nenhum outro cachorro substituiria o meu Baiuki e tinha esperança de um dia ele voltar para mim, mas ao passar do tempo ia ficando mais difícil acreditar nisso.

Pedia a Deus todas as noites para que ele voltasse e a saudade me fez perder o apetite e por não comer fiquei muito debilitado, pegando uma virose muito forte que depois se transformou numa pneumonia e me deixou ardente em febre, para o desespero de meus pais que já estavam combinando com o médico a minha internação no hospital para o dia seguinte,

. Quando eu estava muito mal, ouvi um barulho debaixo de minha cama, como se o Baiuki estivesse cavando, o que ele fazia sempre quando queria deitar-se no chão, simulava que estava cavando até sentir que seu “ninho” estivesse apropriado e se enrolava todo, colocando o seu rabo por cima de sua cabeça, como se estivesse cobrindo os seus olhos. Pulei da cama feliz da vida e olhei debaixo e nada, mas o barulho continuava e parecia que vinha do outro lado da parede. Entrei para debaixo da cama e coloquei meu ouvido na parede, chamando pelo seu nome e, de repente, percebi um pequeno furo por onde consegui ver o meu cãozinho. Chamei por ele, mas ele não me atendia e, não sei explicar como, senti que eu podia passar pelo pequeno furo e alcançá-lo, o que aconteceu sem maior esforço. Quando estava do outro lado, ouvi o latido de muitos outros cachorros, só que agora eu entendia tudo o que eles falavam e quando fui chamar pelo Baiuki saiu de minha boca apenas latidos, nada de palavras. Ele correu em minha direção e outros cães também vieram e fizeram uma roda à minha volta e, vendo que eu falava a língua deles, com seus rabinhos balançando começaram a me perguntar um monte de coisas.

-O que quer dizer “senta”, perguntou-me uma poodle com lacinho vermelho no pescoço.

- Significa isso, olha, e me sentei

- Nossa! Tão simples e eu nunca acertei!

- O que significa calar a boca, perguntou-me um vira-lata já velho que havia morado há muito tempo em minha rua.

- É para ficar calado, respondi latindo.

- Mas por que nos manda ficar quieto se estamos só fazendo nosso trabalho?

- É que às vezes vocês exageram.

- Acho que vocês não ouvem muito bem e pensam que estamos latindo, só por latir.

- Acredito que seja isso mesmo. A audição de vocês, assim como o olfato é muito melhor do que o nosso.

- O que significa “coisinha linda”?

Perguntou-me uma cachorrinha, com os pelos bem cuidados que parecida mais um cachorrinho de pelúcia. Era do tipo que as mulheres levam no colo para onde quer que vão.

- É uma forma carinhosa de expressar amor. Respondi.

- Eu era mesmo muito amada e sinto saudades da minha dona!

- Deveria ser mesmo, pois você tem os pelos muito bem cuidados. Completei.

- E o que significa “pega e mata”?

Perguntou-me um pit bull, parecido com aquele que eu tinha tanto medo.

Eu tremi e respondi que isto era muito feio e que cachorro não foi feito para matar, mas para nos alegrar e nos proteger, mas nunca para matar alguém. Ele assustado, disse-nos que jamais quisera fazer mal, mas seu dono o ensinava apenas a atacar e batia muito nele quando ele não obedecia tornando-o muito feroz só para agradá-lo, mas no fundo o que ele desejava era ter tido muitos amigos para brincar, pois a única brincadeira que ele tinha era com o seu velho pneu e se ele deixasse vivo qualquer animal que entrasse em seu quintal o seu dono o trocaria por outro e ninguém iria adotá-lo. Parecia que ele estava falando do cachorro da casa amarela, mas não era ele. 

-Como eu sobreviveria sem dono?

Perguntou-nos.

Fiquei por um momento olhando nos olhos dele e vi que ele não passava de um pobre cão que nunca ouviu nada de carinhoso, apenas gritos e mais gritos e fiz um carinho na sua cabeça e ele levantou a pequena orelha que fora cortada assim como o rabo, demonstrando que gostava desse tipo de carinho.

Abracei o meu Baiuki e perguntei-lhe o que havia acontecido e por que ele tinha fugido se eu nunca o tinha maltratado.

- Eu não fugi, apenas fui chamado para a nova missão.

- Que missão?

- Nós, cachorros, temos uma missão muito importante na terra que é ver quais os homens bons e quais os homens ruins. Nós vemos tudo o que eles fazem e mesmo não entendendo o que eles dizem guardamos em nosso coração tudo o que vemos e nossa próxima missão é falar de cada um deles para um anjo que anota tudo para o julgamento final.

- Que anjo?

- Anjos que vêm para nos ouvir e que levam as nossas mensagens para o céu.

- Vocês têm um Deus também?

Perguntei-lhe assustado.

- É o mesmo Deus de vocês e Ele também nos ama como a todos os seres vivos da terra, não apenas os humanos. Se somos vivos é porque Deus nos deu vida, assim como a vocês!

- Mas vocês falam com Deus?

- Sim, como você em suas orações.

- Significa que Deus vai ouvir vocês em nosso julgamento?

- Ele não precisa nos ouvir, pois Ele vê o coração de cada um de vocês, mas vocês também são julgados pela forma que nos tratam e isto Deus nos pede para relatarmos para que vocês, humanos, no julgamento final, possam ouvir as maldades praticadas contra outros filhos de Deus, que também sentem dor, fome, sede, tristeza, saudades, amor, enfim tudo o que vocês sentem. 
 
 - Mas como pode ser?

-Anjos cachorros?

- Não! Apenas anjos.

Na verdade, Deus nos criou para que nos aproximássemos dos homens e fossemos exemplos de fidelidade, já que o homem nunca soube o verdadeiro significado desta palavra e desde então, temos essa missão de sermos amigos para todos os momentos e nunca, mas nunca mesmo, trair nossos donos. Se somos assim, tão fiéis e os homens nos tratam tão mal, nada mais justo de sermos as “testemunhas” no julgamento final.

- Parece-me tão irreal tudo isto!

- Eu sei.

Respondeu-me o Baiuki, lambendo minhas mãos.

- Mas você iria voltar pra mim?

- Não, na verdade você voltaria pra mim no futuro.

- Como assim?

- Depois que todos cumprirem a sua missão na terra, os bons vão para um lugar onde reencontrará todos os amigos que concluíram a missão antes dele.

- Depois de morrer, você quer dizer?

- Esta palavra não conhecemos, pois sempre há vida, ela nunca deixa de existir.

- Então você já tinha cumprido a sua missão?

- Eu não sabia até que entrei no quintal da casa amarela da nossa rua.

- Então foi o pitbull que te pegou?

- Nem percebi, mas deve ter sido

- Sentiu dor?

- Nenhuma!

continua...


Anderson Balderrama dos Rei, paulista, pós graduado com especilização em Gerenciamento de Pessoas, palestrante e autor do livro " Clareira, quando a amizade é essencial"

2 comentários:

  1. Que honra ver minha história publicada nesse site. Espero que ela leve um pouco de conforto às pessoas que tiveram a perda de um amigo pet. Não podemos acreditar que esses amigos entram em nossas vidas, nos transformam e depois partem e simplesmente acaba tudo aí. Eles são seres especiais que nos ensinam, diariamente, o verdadeiro significado das palavras "amigo" e "fiel"

    Anderson

    ResponderExcluir
  2. Amigo Anderson,

    a honra é nossa, e um grande prazer tê-lo aqui em nosso pedacinho do céu!
    Sua história nos transporta a este lindo céu que nossos amados estão a nossa espera. Ela deixa um conforto e a certeza de que não terminou.
    Ela é linda, de um grande e profundo respeito, amizade e amor entre dois seres, posso com certeza dizer anjos. Sua história na Capelinha começou no orkut, aqui no blog temos outro tópico e tb está no Facebook, e em nome de todos aqueles que leram e se sentiram bem próximos de cada anjinho seu, muito obrigada!
    Muitas pessoas se sentiram confortadas e abraçadas, posso até te dizer que antes dela apenas mulheres deixavam seus desabafos por email, agora recebo lindos depoimentos de homens expressando suas dores e saudades.
    Eu mesma sempre leio, me sinto íntima do Baiuki,rsrsrs pedindo sempre que ele leve nossos bjinhos pros amigos,rsrsr.
    Amigo o email da Capelinha é capelinha1@gmail.com
    Obrigada por ter escrito este lindo carinho que transforma nossa profunda dor em saudades.
    Obrigada por sua presença.
    Agora o Baiuki achou o paizinho dele aqui!

    Te abraço com o meu grande carinho.

    Rejane Montresor

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Nosso pedacinho do céu...