Eutanásia!
(trecho do texto)
Quantas vezes esse assunto vem à tona, quando se está diante de um animal em sofrimento intenso.
Sacrificar ou não sacrificar!
Será melhor para ele, acabar com o seu sofrimento? Como vamos saber?
Se isso fosse tão simples, a conduta também seria válida para o homem. Mas, sabemos que não o é. Basta lermos Obreiros da Vida Eterna, de André Luiz.
Por uma questão de bom-senso, concluímos que também não deve ser válida em relação aos animais.
Sei que existem situações muito difíceis, extremas mesmo.
Certa vez uma aluna contou-me que, em extensa fazenda no Mato Grosso,
um cavalo rolou o barranco e quebrou o pescoço. Estavam muito longe da
sede e não tinham como transportar o cavalo. Para não deixá-lo ali, sozinho,
morrendo inclusive de sede, optaram por sacrificá-lo.
Respeito que essa foi a atitude que julgaram ser a melhor, no momento.
Mas, o que se vê por aí é lamentável! Animais companheiros de anos e anos,
de repente são "descartados" pelos motivos mais variados e fúteis: mudou-se
de casa para apartamento, o animal está com urina solta, ou ficou paralítico,
está velho, queremos comprar outro para por no lugar, etc.
Como referiu Konrad Lorenz em Transcomunicação Instrumental relatada
por Sônia Rinaldi na Folha Espírita de dez./92, "Às vezes nos envergonhamos
de ter vivido como ser humano na Terra (referindo-se à matança de animas
na Guerra do Golfo).
Muitas vezes as pessoas me perguntam sobre seus animais velhos ou doentes: - Sacrificar ou não? Sempre respondo lembrando-me de uma página de Emmanuel intitulada "Quanto Puderes", em que recomenda: "Quanto puderes, não te afaste do lar .... Quanto te seja possível, suporta ... Quanto estiver ao teu alcance, tolera ... , etc.". Assim, digo: Quanto puder, quanto lhe seja possível, quanto estiver ao seu alcance, faça opção pela vida. Vale a pena!
O caso de nossa cachorra Nãna foi muito difícil.
Ela veio aqui para casa, com mais ou menos um mês de vida, e em fase terminal de cinomose, uma das piores doenças que acometem cães. Foi abandonada no pátio da Faculdade de Veterinária da USp, aqui em São Paulo, e Cristiana, uma de minhas filhas, a encontrou.
Mil cuidados com a Nãna.
Cuidados médicos, espirituais e afetivos. Para surpresa de todos, ela sobreviveu.
Algumas seqüelas persistiram. Ela ficou com uma escoliose
(coluna vertebral torta para um lado), uma mioclonia (uma perninha,
de trás ficava o tempo todo em movimento) e também enxergava pouco.
E se isso não bastasse, passados uns meses ... convulsões.
A Nãna estava epilética!
Mas, tudo bem! Também nos animais as crises convulsivas são
evitadas com medicação diária. E, assim, a situação ficou sob controle.
Num fim de ano, fomos para o interior e deixamos a Nãna, durante três dias,
aos cuidados de uma pessoa que estava acostumada com ela e
com a sua bateria de medicamentos diários.
Nãna voltou com carrapatos ...
E eu pensei comigo: do jeito que a Nãna é complicada, só falta ela
"pegar"alguma doença (transmitida por carrapatos).
"Pegou"!
Passaram-se uns dias e ela começou a mostrar icterícia e outros sintomas.
Apesar do tratamento, sobreveio um derrame cerebral intenso, e a Nãna ficou completamente paralítica. Só mexia a pontinha das orelhas,
os olhos e os bigodinhos.
Montamos, em nossa copa/cozinha, uma verdadeira UTI e cuidamos dela,
nessas condições, durante quase sete meses.
Em nossas preces, pedíamos aos espíritos que a ajudassem -
Konrad Lorenz e outros espíritos zoófilos.
Até hoje, quando lembramos do quanto essa Nãna sofreu,
questionamos se não teria sido melhor, para ela, a eutanásia.
Quem vai saber!
Como aqui em casa, nossa postura é a de sempre optar pela vida,
foi o que fizemos com você, Nãna, e com todos os animais atropelados,
sarnentos ou abandonados que de uma forma ou de outra vieram até nós.
O quanto enriqueceram nossas vidas supera de muito o que fizemos por vocês.
Ao longo dos anos, quanto pude aprender!
Vocês é que despertaram minha sensibilidade para os valores fundamentais
da vida, onde quer que ela se manifeste.
De quanta coisa me arrependo!
Na ciência, somos levados a posturas equivocadas, de "frieza profissional".
Quanta bobagem, quanta omissão!
Quanto sofrimento impingimos a esses pobres seres que se amontoam
nos laboratórios, à mercê de tudo e de todos.
E a gente, na "santa" ignorância, vai entrando no esquema ...
Felizmente, todo sono tem seu despertar e hoje é bem acordada
que peço perdão a todos os animais que prejudiquei ou não pude ajudar.
Felizmente, também a vida me colocou no contato com eles, em
oportunidades de aprendizado para enxergar a beleza da criação
e respeitar a todos.
E para nós, enquanto humanidade, que histórica e egocentricamente
sempre nos colocamos como seres excelsos, a quem tudo o mais na
natureza devia se curvar e servir, abre-se a maravilhosa compreensão
de que somos parte integrante desse imenso Universo, rede cósmica
de interligações que comprometem as menores partículas, inclusive
as de que somos formados.
Não estamos mais sozinhos no topo da pirâmide aristotélica pois
entendemos, agora, nossa participação no todo e a do todo em nós.
Somos hoje yin e yang, razão e intuição. Cultivamos a Ciência e
queremos merecer a Poesia. Afinal, como já ouvi de nosso querido
confrade Hermínio C. Miranda, a Ciência é para os que estão aprendendo e,
a Poesia, para os que já sabem.
Um dia chegaremos lá!
Irvênia Prada
*Irvênia dos Santis Prada é médica veterinária pela Universidade de São Paulo (USP), com mestrado e doutorado em anatomia animal. Professora titular em Anatomia Animal desta mesma instituição, e docente da Pós-Graduação na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, onde recebeu o título de Profa. Emérita. É estudiosa do assunto “Interação Cérebro-Mente” dos animais e palestrante espírita, há mais de 30 anos.
Fonte: http://www.comunidadeespirita.com.br/animais/questaoespiritual/os%20animais%20nosso%20companheiros.htm
(trecho do texto)
Quantas vezes esse assunto vem à tona, quando se está diante de um animal em sofrimento intenso.
Sacrificar ou não sacrificar!
Será melhor para ele, acabar com o seu sofrimento? Como vamos saber?
Se isso fosse tão simples, a conduta também seria válida para o homem. Mas, sabemos que não o é. Basta lermos Obreiros da Vida Eterna, de André Luiz.
Por uma questão de bom-senso, concluímos que também não deve ser válida em relação aos animais.
Sei que existem situações muito difíceis, extremas mesmo.
Certa vez uma aluna contou-me que, em extensa fazenda no Mato Grosso,
um cavalo rolou o barranco e quebrou o pescoço. Estavam muito longe da
sede e não tinham como transportar o cavalo. Para não deixá-lo ali, sozinho,
morrendo inclusive de sede, optaram por sacrificá-lo.
Respeito que essa foi a atitude que julgaram ser a melhor, no momento.
Mas, o que se vê por aí é lamentável! Animais companheiros de anos e anos,
de repente são "descartados" pelos motivos mais variados e fúteis: mudou-se
de casa para apartamento, o animal está com urina solta, ou ficou paralítico,
está velho, queremos comprar outro para por no lugar, etc.
Como referiu Konrad Lorenz em Transcomunicação Instrumental relatada
por Sônia Rinaldi na Folha Espírita de dez./92, "Às vezes nos envergonhamos
de ter vivido como ser humano na Terra (referindo-se à matança de animas
na Guerra do Golfo).
Muitas vezes as pessoas me perguntam sobre seus animais velhos ou doentes: - Sacrificar ou não? Sempre respondo lembrando-me de uma página de Emmanuel intitulada "Quanto Puderes", em que recomenda: "Quanto puderes, não te afaste do lar .... Quanto te seja possível, suporta ... Quanto estiver ao teu alcance, tolera ... , etc.". Assim, digo: Quanto puder, quanto lhe seja possível, quanto estiver ao seu alcance, faça opção pela vida. Vale a pena!
O caso de nossa cachorra Nãna foi muito difícil.
Ela veio aqui para casa, com mais ou menos um mês de vida, e em fase terminal de cinomose, uma das piores doenças que acometem cães. Foi abandonada no pátio da Faculdade de Veterinária da USp, aqui em São Paulo, e Cristiana, uma de minhas filhas, a encontrou.
Mil cuidados com a Nãna.
Cuidados médicos, espirituais e afetivos. Para surpresa de todos, ela sobreviveu.
Algumas seqüelas persistiram. Ela ficou com uma escoliose
(coluna vertebral torta para um lado), uma mioclonia (uma perninha,
de trás ficava o tempo todo em movimento) e também enxergava pouco.
E se isso não bastasse, passados uns meses ... convulsões.
A Nãna estava epilética!
Mas, tudo bem! Também nos animais as crises convulsivas são
evitadas com medicação diária. E, assim, a situação ficou sob controle.
Num fim de ano, fomos para o interior e deixamos a Nãna, durante três dias,
aos cuidados de uma pessoa que estava acostumada com ela e
com a sua bateria de medicamentos diários.
Nãna voltou com carrapatos ...
E eu pensei comigo: do jeito que a Nãna é complicada, só falta ela
"pegar"alguma doença (transmitida por carrapatos).
"Pegou"!
Passaram-se uns dias e ela começou a mostrar icterícia e outros sintomas.
Apesar do tratamento, sobreveio um derrame cerebral intenso, e a Nãna ficou completamente paralítica. Só mexia a pontinha das orelhas,
os olhos e os bigodinhos.
Montamos, em nossa copa/cozinha, uma verdadeira UTI e cuidamos dela,
nessas condições, durante quase sete meses.
Em nossas preces, pedíamos aos espíritos que a ajudassem -
Konrad Lorenz e outros espíritos zoófilos.
Até hoje, quando lembramos do quanto essa Nãna sofreu,
questionamos se não teria sido melhor, para ela, a eutanásia.
Quem vai saber!
Como aqui em casa, nossa postura é a de sempre optar pela vida,
foi o que fizemos com você, Nãna, e com todos os animais atropelados,
sarnentos ou abandonados que de uma forma ou de outra vieram até nós.
O quanto enriqueceram nossas vidas supera de muito o que fizemos por vocês.
Ao longo dos anos, quanto pude aprender!
Vocês é que despertaram minha sensibilidade para os valores fundamentais
da vida, onde quer que ela se manifeste.
De quanta coisa me arrependo!
Na ciência, somos levados a posturas equivocadas, de "frieza profissional".
Quanta bobagem, quanta omissão!
Quanto sofrimento impingimos a esses pobres seres que se amontoam
nos laboratórios, à mercê de tudo e de todos.
E a gente, na "santa" ignorância, vai entrando no esquema ...
Felizmente, todo sono tem seu despertar e hoje é bem acordada
que peço perdão a todos os animais que prejudiquei ou não pude ajudar.
Felizmente, também a vida me colocou no contato com eles, em
oportunidades de aprendizado para enxergar a beleza da criação
e respeitar a todos.
E para nós, enquanto humanidade, que histórica e egocentricamente
sempre nos colocamos como seres excelsos, a quem tudo o mais na
natureza devia se curvar e servir, abre-se a maravilhosa compreensão
de que somos parte integrante desse imenso Universo, rede cósmica
de interligações que comprometem as menores partículas, inclusive
as de que somos formados.
Não estamos mais sozinhos no topo da pirâmide aristotélica pois
entendemos, agora, nossa participação no todo e a do todo em nós.
Somos hoje yin e yang, razão e intuição. Cultivamos a Ciência e
queremos merecer a Poesia. Afinal, como já ouvi de nosso querido
confrade Hermínio C. Miranda, a Ciência é para os que estão aprendendo e,
a Poesia, para os que já sabem.
Um dia chegaremos lá!
Irvênia Prada
*Irvênia dos Santis Prada é médica veterinária pela Universidade de São Paulo (USP), com mestrado e doutorado em anatomia animal. Professora titular em Anatomia Animal desta mesma instituição, e docente da Pós-Graduação na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, onde recebeu o título de Profa. Emérita. É estudiosa do assunto “Interação Cérebro-Mente” dos animais e palestrante espírita, há mais de 30 anos.
Fonte: http://www.comunidadeespirita.com.br/animais/questaoespiritual/os%20animais%20nosso%20companheiros.htm
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Saudade lembrada, saudade sentida, saudade hoje e para o resto da vida...saudade eterna!
Nosso pedacinho do céu...